A proliferação de pesquisas que têm considerado o exercício da maternidade nos debates sobre gênero e feminismos vem estreitando os laços entre a produção acadêmica e as mobilizações ativistas. Esse movimento demonstra que o conhecimento produzido nas universidades ganha força e sentido quando dialoga com as experiências concretas de mulheres que lutam cotidianamente por direitos negados, por reconhecimento e por condições dignas de maternar. 

Ao mesmo tempo, as práticas e saberes dos movimentos de mães, coletivos e redes de cuidado tensionam os modos tradicionais de fazer pesquisa, introduzindo novas formas de pensar, escrever e agir politicamente. Assim, a maternidade se torna um campo de interlocução entre teoria e prática, em que a escuta e a coautoria se afirmam como caminhos para transformar tanto as instituições acadêmicas quanto as estruturas sociais que produzem vulnerabilidades.

Com o objetivo de estabelecer pontes com pesquisas e ativistas que abordam a temática em diferentes regiões do Brasil, o Núcleo Materna organiza espaços de troca e fortalecimento de redes. Entre essas ações, destacam-se nossos seminários anuais, realizados em parceria com o Coletivo Mães da UFRJ e o Projeto de Extensão Mães na Universidade: acesso, permanência e progressão de mulheres-mães da UFRJ, que vêm consolidando conexões com diversas instituições de ensino superior do país e ampliando o diálogo entre universidade, maternidade e ativismo.

Conheça nossa história:

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No ano de 2019, foi organizado o “I Seminário sobre Maternidade na Graduação UFRJ – Memória, Vivências e Lutas” (6 de novembro), uma parceria entre o Núcleo Interseccional em Estudos da Maternidade e o Coletivo de Mães da UFRJ, com apoio institucional do IPPUR/UFRJ, Instituto HUB e Instituto de Geociências da UFRJ.

 

No ano de 2022, foi organizado o “II Seminário Maternidade e Universidade da UFRJ” (01 a 04 de dezembro), desta vez, uma parceria entre o Núcleo Materna, Projeto de Extensão Mães na Universidade da UFRJ e Coletivo de Mães da UFRJ. Devido as conexões online feitas no período pandêmico, estendemos e solidificamos nossas conexões nacionais e contamos desta vez com o apoio técnico e organizacional de outras instituições brasileiras como UEFS, IFPR, UFS, UFRRJ, UERJ, UNIGRANRIO, UFF, UFRB, UFPE, PUC-RIO, UNEB.

 

No ano de 2023, foi organizado o “III Seminário Maternidade e Universidade da UFRJ” (14 a 16 de dezembro), mantendo como organizadores o Núcleo Materna, Projeto de Extensão Mães na Universidade da UFRJ e Coletivo de Mães da UFRJ e apoio do PPG Cine Ufes, DAIN/UFES além das redes supracitadas em 2022.

 

O ano de 2024 foi marcado por desafios, e uma vez atravessadas pelas demandas da maternidade, nós não conseguimos organizar uma edição que fizesse jus ao ajuntamento afetivo e teórico das anteriores, antão não realizamos o evento. Apesar disso, através de outras ações como nossa imersão teórica nos estudos sobre maternidade – em suas várias expressões – criamos uma rede nacional cada vez mais forte e nos debruçamos, para além dos ativismos, em pesquisas, teorias e disputas conceituais e metodológicas no objetivo de seguirmos firmes como mulheres que estudam e transformam as universidades brasileiras empunhando as narrativas de nossas próprias existências. Desse momento surge a parceria com o Estudos da Maternidade, uma rede onde se tecem imersões teóricas, críticas e onde se objetiva pensar com mulheres mães que pesquisam a partir da sua própria vida, perspectivizando “maternidade” como um tema válido de especulação científica feminista.

 

Em 2025, toda essa história se atualiza. No entanto, uma vez fortificadas as conexões com instituições de todo Brasil, seria incoerente manter a UFRJ e o Sudeste como eixo de referência. Por isso esse ano removemos o nome da UFRJ e estamos apostando em um seminário verdadeiramente inter-regional que, por questões terminológicas, estamos nomeando “I Seminário Nacional Maternidade e Universidade”. Ele será realizado em 3 regiões com atividades presenciais (transmitidas online) autogeridas por seus próprios territórios, respeitando a autonomia das mulheres que constroem suas lutas de forma situada mediante suas demandas regionais. Isso é o que para nós, configura o uso do termo “nacional”.

 

E como é de se esperar de um evento a nível nacional, ele segue assinado por essa pluralidade de vozes: Núcleo Materna, Projeto de Extensão Mães na Universidade da UFRJ, Estudos da Maternidade, Coletivo Mães da UFRJ, Movimento Mães da UFF, Projeto de Extensão Maternagem, Mídia e Infância - MMI/UFPE, Coletivo Mães F3PEFICE da ESEFID/UFRGS, Coletivo Mães e Pais da UERJ, Coletivo de Mães Ayend Nascimento da Unirio, Coletivo Mães da PUC Rio, APG PUC Rio, Coletivo de Pais e Mães da UFRRJ, Coletivo MãEstudantes da UFSC, Coletivo Mães na UFRGS e Coletivo de Mães da UFBA.