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GRUPO DE ESTUDOS DO NÚCLEO MATERNA 2023.1

Após 3 anos de atividades colaborando com cursos de extensão, eventos acadêmicos, mesas redondas e rodas de acolhimento, o @nucleomaterna vem a público divulgar o seu grupo de estudos que tem como objetivo pensar criticamente esse lugar social que é a maternidade.

Neste semestre faremos encontros de forma a experimentar metodologias que nos ajudem a estar juntxs nesse empreendimento acadêmico-afetivo.

Algumas demandas de vida irrompem no nosso cotidiano e produzem sofrimento e imobilidade. E uma vez que as sentimos, a gente grita e esperneia com as ferramentas que temos. Nós, mulheres da classe trabalhadora, muitas vezes de trabalhos invisíveis porque não-remunerados e/ou não-remunerados porque invisíveis.

Essas formas, soam como contraditórias do ponto de vista das Ciências Sociais e dos Estudos Feministas mais densos e aprofundados. Arquivos diante dos quais nos sentimos pequenas e desconhecedoras.

~ Usar o termo “mãe” como categoria a ser reforçada, sendo que é justamente essa categoria que nos aprisiona e encarcera? Que incoerente! ~

Aí dizem que se afirmar nesse lugar é conservadorismo. Mas será que é justo, uma mulher com tripla jornada de trabalho, que mal tem tempo para uma leitura obrigatória da graduação, ser chamada de "conservadora" por pautar a maternidade como um demarcador da diferença? Vcs conseguem ter a dimensão do que significa chamar alguém de conservadorx, após 4 anos de governo fascista?

Parece que há falhas significativas de comunicação aqui.

O que nos interessa, na verdade, é combater as violências que são construídas em torno desse demarcador. Evidencia-lo nos parece importante politicamente, assim como construir experiências de cuidado fora dos eixos do racismo, do capacitismo e da ciseterenormatividade, por exemplo.

Por isso, decidimos nos juntar pra entender algumas coisas ou quem sabe desentender algumas coisas. Queremos pensar, escutar, falar.

Quem sabe, como nos disse bell hooks, a teoria não pode ser – mais um – dos nossos lugares de fortalecimento.

Quem sabe o termo "mãe" realmente caia, mas se cair que sejamos nós a derrubar, afinal, ninguém liberta ninguém. A gente se autoliberta, juntxs.

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