top of page

Gestar e maternar ao mesmo tempo: minha jornada de recomeço, fé e rede de apoio

Meu nome é Greice Kelly, sou esposa do Gustavo e mãe da Ana Sophia. Enquanto ainda vivia a intensidade de aprender a maternar, descobri que carregava uma nova história dentro de mim, uma nova vida dentro de mim. Gestar e maternar ao mesmo tempo foi, e ainda é, um mergulho em

sentimentos que se misturam entre alegria, medo, culpa e amor. É sobre essa experiência real que

eu quero compartilhar um pouco aqui.


Quando descobri a gestação da minha segunda filha, a Ana Sophia tinha apenas um ano e um

mês. Eu ainda estava mergulhada no processo de conhecer cada fase dela, aprendendo, errando,

acertando, vivendo a maternidade pela primeira vez.


Embora eu seja profissional da área da saúde, com experiência em neonatologia e pediatria, percebi que o conhecimento técnico não substitui a vivência de ser mãe. A maternidade não é feita apenas de protocolos, mas de sentimentos, improvisos e aprendizados diários.


Ao receber a notícia da nova gestação, me senti cercada por um misto de emoções. Por um lado, a

alegria imensa de gerar outra vida; por outro, o medo: será que eu conseguiria dar conta de duas

crianças tão próximas em idade? Ouvi muitas opiniões diferentes: mães que diziam que seria lindo

porque cresceriam juntas, mas também relatos de mães que viviam dificuldades com ciúmes e sobrecarga. Essas falas ecoaram em mim, e confesso que me preocuparam e ainda me preocupam.


Além disso, havia também um cenário profissional e de vida pessoal que não posso deixar de citar.

Eu e meu esposo havíamos acabado de nos mudar de São Paulo para Lavras, cidade natal dele. Apesar de não ser uma cidade totalmente nova, tudo ainda era diferente, e juntos estávamos recomeçando do zero, tentando nos estabilizar em empregos e construir nossa vida como família.


Foi justamente nesse momento de adaptação que descobri a gestação. E, junto com a alegria da

nova vida, veio também a perda do emprego que eu havia conquistado. A gravidez, com todas as

demandas que traria, acabou me afastando daquela oportunidade. Isso nos pegou de surpresa e

desestabilizou a nossa família, porque além de estarmos vivendo uma fase de recomeço,

precisávamos lidar com a insegurança de não ter um trabalho fixo. Foi quando percebi que seria

necessário me reinventar: resgatar a autonomia que já fazia parte da minha trajetória e usar minha

formação e experiência para abrir caminhos diferentes, buscar autonomia e encontrar forças para

continuar.


Esse processo, embora difícil, também me mostrou que a maternidade pode ser uma força de transformação e de resiliência, capaz de mover não apenas a mãe, mas toda a família. Outro ponto importante que atravessou esse período foi a quantidade de informações, e também de desinformação, que circulam, principalmente nas redes sociais.


São tantas opiniões sobre amamentação, desmame e cuidados com o bebê, que muitas vezes o excesso de discursos só aumenta a ansiedade da mãe. Eu, como profissional e como mãe, percebo o quanto é necessário acolher, orientar e, acima de tudo, respeitar cada trajetória materna.


Mas se houve algo que fez toda a diferença na minha caminhada, foi a certeza de que eu não

estava sozinha. Desde o nascimento da Ana Sophia, eu tive apoio. Apoio que veio, antes de tudo, de Deus, que me deu forças, estabilidade emocional e me sustentou em dias de incerteza. E apoio do meu esposo, Gustavo, que esteve ao meu lado em cada detalhe: na gestação, no parto, no pós-parto, nas madrugadas e agora novamente, na espera da nossa nova bebezinha, a Ana Luísa.


Esse apoio nunca me diminuiu, pelo contrário, me fortaleceu. Essa vivência me fez compreender algo que eu gostaria de deixar como reflexão: a mãe não dá conta de tudo sozinha, e não deveria mesmo. A maternidade não precisa ser solitária. É essencial

que exista uma rede de apoio, seja do companheiro, da família, de amigos ou até de profissionais.


Porque quando uma mãe é acolhida, o bebê e toda a família também são cuidados. Gestar e maternar ao mesmo tempo me ensinou que ser mãe não é ter todas as respostas, mas estar disposta a aprender todos os dias com os filhos que Deus nos presenteia. E que, com amor, apoio e fé, é possível transformar os desafios em aprendizado e os medos em força.


Biografia

Meu nome é Greice Kelly, tenho 26 anos, sou casada com Gustavo e mãe da Ana Sophia. Atualmente, estamos à espera da nossa segunda filha, a Ana Luísa, carinhosamente chamada de Lulu. Sou enfermeira atuante no mundo materno-infantil, onde uno minha experiência profissional e a vivência pessoal da maternidade para acolher e apoiar outras mães em suas jornadas.


Link Facebook:


Link Instagram:


1 comentário

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
Jacqueline
18 de nov.
Avaliado com 2 de 5 estrelas.

Greice estou profundamente emocionada com a sua história. A sua linguagem descritiva me impressionou , poderia começar escrever um livro a sua perspectiva sobre esse tema é muito única, não consegui parar de ler, e quando terminei li novamente. Parabéns você é incrível e muito talentosa 👏👏👏👏🙏❤️😘

Curtir
Logotipo do Núcleo Materna: “Núcleo Virtual de Pesquisa em Gênero e Maternidade”, com fundo branco, e ícone de livro aberto

©2019 by Núcleo Virtual de Pesquisa em Gênero e Maternidade - MATERNA

bottom of page